A vereadora Tânia Bastos (PRB-RJ) homenageou a minissérie Conselho Tutelar, exibida pela Rede Record no final de 2014, com a entrega do Conjunto de Medalhas de Mérito Pedro Ernesto ao ator Roberto Bomtempo, ao diretor de teledramaturgia da emissora, Anderson Souza, e ao diretor geral da série, Carlos Andrade, no Plenário da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, nesta segunda-feira (25/5).
A equipe foi condecorada com moções de louvor e reconhecimento pelo trabalho realizado. No início da cerimônia, a parlamentar revelou que foi conselheira tutelar e parabenizou a série pela realidade transmitida nas telas.
– Fui conselheira tutelar em 2001. Conheço de perto a realidade e os dramas de quem vive esta profissão: os baixos salários, as constantes ameaças sofridas no exercício da função, o contato com as crianças e adolescentes vítimas de maus tratos. Não perdi um capítulo e revivi momentos que me deixaram noites sem dormir. A Record retratou de forma espetacular a vida dos conselheiros. Quero parabenizar a emissora, que fez um gol de letra, por mostrar quem são estas pessoas, na verdade, desconhecidos pela sociedade. Obrigada por receberem das minhas mãos esta homenagem. Sinto-me lisonjeada – afirmou.
Em seguida, os convidados assistiram novamente ao trailer da série. A atriz Lucinha Lins, que interpretou uma médica que maltratava a filha adotiva já no primeiro capítulo, foi à tribuna prestar a sua homenagem.
– Todo mundo sempre ouviu falar em Conselho Tutelar, mas não sabe exatamente o que é. Eu só descobri ao ser chamada para a série e levei um susto. Senti-me um ser humano menor do que imaginava e me perguntei o que já havia feito para ajudar uma criança. Acredito que ser conselheiro é uma espécie de missão. A Record mostrou para Lucinha Lins e gente tão ignorante quanto ela o que é este compromisso. Fiz parte da primeira temporada e espero voltar com mais garra para alertar as pessoas com meu trabalho. Vida longa a todos os conselheiros e parabéns ao trabalho em defesa da criança e do adolescente – disse.
Para o autor da minissérie, Marcos Borges, a homenagem mostra que é possível mover a sociedade através de um objetivo em comum.
– Há questões apartidárias que mexem com a gente e uma delas é proteger estes menores. Acompanhar e escrever sobre o trabalho dos conselheiros me perturbou, pois eu não tinha noção do quanto custa para ser um herói. A Record me deu liberdade para escrever e eu não poderia fazer nada menor do que o trabalho destas pessoas maravilhosas. Fui envolvido em um trabalho sem imaginar a repercussão e é uma honra estar aqui – observou.
Já o diretor geral da trama, Rudi Lagemann, mais conhecido como Foguinho, relatou a preocupação em retratar assuntos pesados, de forma leve para o público.
– Primeiro, enfrentamos o desafio de entreter o telespectador, o tempo todo. Tivemos, ainda, com a imagem das crianças. A questão era fazer com que o público acreditasse na nossa interpretação sobre a realidade – relembrou.
O diretor de teledramaturgia da Record, Anderson Souza, foi o primeiro a receber a medalha Pedro Ernesto.
– Agradeço a Deus e à minha família por estar aqui. Talvez, se todos tivessem uma base familiar, não existiriam tantos casos abraçados pelos conselheiros. A emissora tem o compromisso de entreter, informar, mas, principalmente, tem a obrigação de prestar serviço à sociedade. Parabéns a todos os atores que abrilhantaram esta série – celebrou.
Roberto Bomtempo, protagonista da série, também recebeu as medalhas e discursou na tribuna. Segundo o ator, Conselho Tutelar foi o trabalho mais marcante de sua carreira.
– Tenho 30 anos de televisão e este foi o papel que mais me honrou na televisão. Queria que nosso país não precisasse de conselheiros, mas todos os dias acontecem milhares de episódios tristes. Porém, já que existem, acho que a Record deve fazer sempre, pois precisamos olhar para nossas crianças -, revelou.
Criador e produtor da minissérie, Carlos Andrade, também recebeu a condecoração.
– Os conselheiros nos mostram a postura correta de cidadão que devemos ter na sociedade. São pessoas como estas que nos lembram da importância de exercer funções além do nosso dever. Os atores abraçaram a causa de forma absoluta, assim como a Record e todo brasileiro. Das nossas crianças vêm a esperança de um futuro. Sou um fiel depositário destes conselheiros -, concluiu.
Receberam moção pelo trabalho realizado, o diretor Rudi Lagemann, o autor Marcos Borges, o conselheiro tutelar Weber Boscoli, assim como os atores Paulo Vilela, Paulo Gorgulho, Petrônio Gontijo, Gabriela Haviaras, Andrea Neves, Cassia Linhares e Dudu Varello.
Fotos: André Barbosa