Um novo estudo realizado por pesquisadores da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, mostrou que crianças com autismo podem ser diagnosticadas antes mesmo de se manifestarem os sintomas. Exames de ressonância magnética podem revelar diferenças no córtex cerebral, área responsável por funções motoras, interação social e a compreensão da linguagem, entre crianças com alto e baixo risco de autismo. A pesquisa foi publicada recentemente na revista Nature.
O levantamento analisou testes de 148 crianças, aos seis, 12 e 24 meses de vida, entre elas irmãs de pessoas que já possuíam o diagnóstico, consideradas com alto risco de desenvolver o distúrbio. “Encontramos diferenças na área de superfície do cérebro que precedem os sintomas tradicionalmente associados ao autismo”, explicou o médico Heather Hazlett, um dos médicos pesquisadores, à BBC. Os pesquisadores afirmam ser possível prever a doença com 80% de precisão.
Avanço no tratamento
A boa notícia é que a recente descoberta pode ajudar na forma como o transtorno é tratado. “Isso nos permite intervir antes que apareçam os comportamentos característicos da doença. Há amplo consenso de que há mais impacto em relação ao tratamento antes que os sintomas tenham se consolidado”, explica Joseph Piven, pesquisador do projeto. Com a antecipação do diagnóstico, é possível desenvolver estratégias mais eficientes, tanto para a criança quanto para os pais e familiares.
Os resultados obtidos são um grande passo para intervenções futuras. Porém, os autores do projeto alertam que estudos adicionais ainda são necessários, principalmente para uso clínico. “Nenhum teste único é capaz de identificar autismo potencial em todas as crianças. O autismo se manifesta de muitas maneiras diferentes”, explica Carol Povey, diretora da Sociedade Nacional do Autismo, do Reino Unido.
Fonte: Revista Veja