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ONG ‘Mães Virtuosas do Brasil’ faz ação na escadaria da Câmara Municipal do Rio de Janeiro

Como parte das mobilizações pela Semana de Mobilização Municipal de defesa dos direitos das crianças e adolescentes desaparecidos, a Câmara Municipal do Rio recebeu, nesta quinta-feira (26), uma ação com o grupo Movimento Mães Virtuosas do Brasil, que funciona como rede de apoio aos familiares de pessoas desaparecidas.As mulheres, que realizam mobilizações silenciosas, ficaram concentradas na escadaria do Palácio Pedro Ernesto para divulgar fotografias dos filhos e acolher aqueles que se dirigem a elas em buscas de informações. 

A iniciativa foi da vereadora Tânia Bastos (Rep), primeira vice-presidente da Câmara, que conheceu, em 2019, a luta das mulheres através de Luciene Torres, presidente da ONG. “Ela me contou a história da sua filha que está desaparecida desde os 9 anos de idade. Imediatamente, abracei a causa”, destacou a parlamentar. 

De acordo com o S.O.S. Crianças desaparecidas, estima-se que aproximadamente 50 mil crianças e jovens somem por ano, no Brasil. Com a participação de toda a sociedade, seja com políticas públicas ou um simples olhar atento às fotos divulgadas, é possível diminuir a estatística de pessoas desaparecidas. Dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) mostram que em 2021, foram registrados mais de 4 mil casos. 

“Podemos criar ações para melhorar a conexão entre os órgãos públicos a fim de facilitar na busca dessas pessoas que precisam de apoio nessa luta que parece não ter fim”, disse Tânia Bastos.

“Tenho uma filha desaparecida há 11 anos e conheço muito bem o drama e a dor de todas essas mulheres. Nessas manifestações nós encontramos muitas mulheres que estão sofrendo com a dor da perda e com a falta de assistência por parte do poder público. Existe um número muito grande de pessoas desaparecidas, por isso, um dos nossos objetivos é dar cobertura onde o Estado falha”, disse Luciane. 

Para Odete Maria Correa, também integrante da ONG, o Estado deveria promover mais investigações, ter mais atenção com os familiares de desaparecidos que, além da dor e da tristeza, sofrem com a falta de informação. O filho de Odete, o eletricista Rodrigo Alberto Correa, está desaparecido desde 2019, quando foi visto pela última vez em Santa Cruz da Serra,em Duque de Caxias.   

“Quando você vive uma dor sozinha, ela dói mais”, diz,Flávia Cristina Barcellos, mãe de Vitória Nunes, que desapareceu em 2019. “Não sabia por onde continuar a luta porque não tinha informações. Há cinco anos encontrei com esse grupo que fazia uma manifestação na Central do Brasil. E deste então, me juntei a elas. Nós procuramos nos apoiar na força e na fé para seguir em frente”, completa. 

Fonte: Câmara Municipal dos Vereadores do Rio de Janeiro

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