Já tramita na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, o projeto de lei da vereadora Tânia Bastos (PBR) para incentivar a identificação precoce do autismo. O objetivo é que a Prefeitura do Rio de Janeiro promova a divulgação da doença, que afeta mais de dois milhões de brasileiros, através de material impresso a fim de que os pais percebam as alterações na interação social, comunicação e comportamento das crianças até três anos, período em que o autismo pode se manifestar.
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Saiba mais sobre o Autismo
De maneira geral, as desordens de espectro autista, que englobam uma grande variedade de comportamentos e problemas sob o ponto de vista clínico, podem ser divididas em dois ‘tipos’ de autismo. Obviamente, essa divisão é artificial e abarca em si outras muitas pequenas variações.
1) Síndrome de Asperger. Descrita pela primeira vez pelo pediatra austríaco Hans Asperger (1906-1980), é considerada uma forma de autismo mais branda. Seus portadores apresentam os três sintomas básicos (dificuldade de interação social, de comunicação e comportamentos repetitivos), mas suas capacidades cognitivas e de linguagem são relativamente preservadas. Na verdade, alguns até mesmo apresentam níveis de QI acima da média, motivo pelo qual a criança portadora da síndrome de Asperger é comumente representada como um pequeno gênio que descobre códigos e resolve enigmas. Entretanto, a síndrome de Asperger engloba aproximadamente 20-30% dos portadores de desordens do espectro autista.
2) Autismo ‘clássico’. É o tipo descrito pelo médico austríaco erradicado nos Estados Unidos Leo Kanner (1894-1981). Kanner foi o primeiro a utilizar a nomenclatura “autismo infantil precoce”, em um relatório de 1943, no qual [ele] descrevia 11 crianças com comportamentos muito semelhantes.
Durante muito tempo, o autismo era considerado uma doença psiquiátrica e os portadores eram internados em manicômios. É importante que o diagnóstico seja feito nos primeiros anos de vida. Com tratamento adequado, a criança pode ter progressos na área da linguagem, da comunicação e da socialização e muitos conseguem ser independentes na idade adulta. O Hospital das Clínicas, em São Paulo, está abrindo um programa de diagnóstico e intervenção precoce do autismo. O objetivo é que até o ano que vem o hospital ofereça exames para diagnosticar o autismo em crianças com menos de três anos.