A Comissão Permanente de Defesa da Mulher promoveu a primeira audiência pública nesta quinta-feira (25/6). Sob a presidência da vereadora Tânia Bastos, representantes dos governos federal, estadual e municipal debateram o tema Diagnóstico da Realidade dos Exames Pré-Natal.
A peregrinação da mulher em busca de atendimento foi destacada pela professora e adjunta do departamento da UniRio e pesquisadora, Enirtes Caetano. “A zona Oeste é a área mais prejudicada. A mulher desta região chega a procurar até sete hospitais para fazer os exames mais básicos”, disse.
Segundo o levantamento feito pela Secretaria de Saúde e Defesa Civil do Município revela que apenas 66% das mulheres chegam a realizar até sete consultas durante o período de gestação. “Os dados são alarmantes e para solucioná-lo é preciso que os governos trabalhem em união”, afirmou Daniel Soranz, secretário de atenção primária, vigilância e prevenção à saúde do município.
Para o superintendente do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro, Oscar Berro é preciso investir na qualidade e agilidade dos exames. “Não podemos admitir que uma mulher que realizou o pré-natal e os médicos diagnosticaram sífilis só receba a notícia seis meses depois”, comentou.
A informação é fundamental para mudar este cenário cruel. De acordo com a presidente Ordem dos Advogados do Brasil – OAB Mulher, Thereza Naveke, é preciso denunciar. “A mulher deve procurar as delegacias especializadas ou o Ministério Público para garantir o direito à saúde materna”, disse.
Presidente da Comissão da Mulher, a vereadora Tânia Bastos (PRB- RJ) anunciou que irá encaminhar todos os estudos recebidos pela Secretaria de Saúde e também pela pesquisadora Drª Enirtes Caetano para análise da Comissão do Plano Diretor. “Precisamos assegurar políticas públicas para que este cenário seja alterado e possamos garantir um serviço de qualidade”, concluiu.
Participaram da mesa a Conselheira Estadual dos Direitos da Mulher, Cecília Teixeira, a coordenadora especial de Articulação de Políticas Públicas para Igualdade de Gênero (CEPIG), Terezinha Lameira, as deputadas estaduais Beatriz Santos e Inês Pandeló, além da chefe de auditoria do Ministério Público, Drª Kátia Ratto.