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Comissão Permanente de Defesa da Mulher da Câmara de Vereadores do Rio realiza audiência pública ‘Mamografia aos 40 anos: um direito de toda a mulher brasileira’

AUDIENCIA3Um dia antes do início do movimento mundial Outubro Rosa – que chama a atenção para a realidade atual do câncer de mama e a importância do diagnóstico precoce – a Comissão Permanente de Defesa da Mulher da Câmara do Rio promoveu a audiência pública ‘Mamografia aos 40 anos: um direito de toda a mulher brasileira’ para analisar a portaria do Governo Federal, nº 1253/2013, que restringe a mamografia para mulheres na faixa etária de 50 a 69 anos, nesta terça-feira.

Presidida pela vereadora Tânia Bastos (PRB), a discussão contou com as presenças do secretário municipal de saúde, Daniel Soranz, do presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia, Dr. Ruffo de Freitas Junior, de Solange Malfacini, que representou o Subsecretário Geral da Secretaria Municipal de Saúde, Dr.José Carlos Prado Junior, da Dra. Therezinha Sanfim Cardoso, técnica da diretoria de gestão hospitalar do Ministério da Saúde, e do representante do Instituto Nacional do Câncer, Dr. Ronaldo Corrêa.

IMG_20140930_103546A vereadora Tânia Bastos destacou a importância do evento. “Nós queremos mobilizar o Poder Público, a sociedade civil e a classe médica nesta questão que é importantíssima porque envolve a vida das nossas mulheres. A informação é fundamental na prevenção de qualquer doença e, especialmente, no câncer de mama, por isso, tenho certeza de que sairemos daqui com propostas concretas para melhorar a saúde das cariocas”, disse a vereadora Tânia Bastos.

Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia, Dr. Ruffo de Freitas Junior, 57 mil casos de câncer de mama surgem por ano. “Deste total 14 mil mulheres estão na faixa etária entre 40 e 49 anos e que deixarão de realizar o único exame que pode reduzir o índice de câncer de mama”, disse.

IMG_20140930_103206Integrante da Comissão da Mulher, a vereadora Leila do Flamengo emocionou a todos relembrando o câncer de mama enfrentado pela filha aos 29 anos e ainda grávida. “Foi um momento muito difícil. Minha filha precisou fazer quimioterapia grávida e infelizmente perdeu o bebê. Além disso, ela teve que se submeter à retirada do seio. Não foi fácil, mas tivemos ajuda de um médico maravilhoso na época. Acredito que todos os exames possíveis devem ser realizados em busca da prevenção”, contou.

Para o representante do Instituto Nacional do Câncer José Alencar Gomes da Silva, Dr. Ronaldo Corrêa, o Sistema Único de Saúde assegura o direito à mamografia a todas as mulheres. “As mulheres têm o direito constitucional à saúde. O Inca recomenda a mamografia de rastreamento (de prevenção) para as mulheres entre 50 e 69 anos, sendo apenas um exame a cada dois anos, pois nos baseamos em pesquisas científicas. Mas as mulheres que têm casos de câncer de mama na família devem realizar esse exame uma vez por ano a partir dos 35 anos de idade”, pontuou ele em sua apresentação sobre os estudos sobre o câncer ao redor do mundo.

A técnica da diretoria de gestão hospitalar do Ministério da Saúde, Therezinha Sanfim Cardoso, afirmou que a idade não pode ser o único fator determinante na hora de solicitar exames. “Tenho uma paciente de 100 anos que realizou sua primeira mamografia há alguns dias. Não é a idade que determina isso, ela está bem e pode viver muito mais ainda, por isso, merece cuidado”, afirmou.

A secretária Especial de Políticas para as Mulheres da Prefeitura do Rio, Ana Rocha, destacou que o fator econômico não pode pautar a política de saúde. Já a presidente da Fundação Laço Rosa, Marcelle Medeiros, questionou que a base das pesquisas sejam estrangeiras. “O Inca com toda sua equipe não consegue traçar um perfil das brasileiras? Para mim ainda que haja 1% apenas de casos de câncer de mama registrados entre 40 e 49 anos, nós devemos realizar a mamografia, pois nós estamos falando de vida e isso não tem preço”, observou.

Já o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, aproveitou a ocasião para anunciar as novidades da Prefeitura do Rio visando à prevenção ao câncer. “Amanhã, dia 1 de outubro, começa o Outubro Rosa e vamos promover uma série de ações e serviços voltados para a mulher. Os Centros de Saúde e Clínicas da Família estarão abertos das 8h às 17h para atender às mulheres. Nossa meta é que mais de 200 mil exames sejam realizados em apenas um dia. Avançamos na questão da atenção primária. Em 2009, a paciente levava 180 dias para fazer um exame. Hoje a média é de 20 dias. Além disso, por uma sugestão do presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia e da nossa vereadora Tânia Bastos, eu vou editar uma resolução para que a rede privada de saúde inclua seus dados no SisMama e SisÚtero. Temos metas ousadas. Queremos aumentar o acesso à mamografia em 60 unidades até 2016 e transformar o Rio de Janeiro em cidade referência na prevenção ao câncer”, concluiu.

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