O Grupo Compartilha realizou, neste domingo (10/04), a 3ª Caminhada em Prol da Conscientização e Direitos dos Autistas, na Praia da Bica, na Ilha do Governador. O evento que contou com o apoio da Rede Record teve por objetivo chamar a atenção da sociedade sobre o preconceito, intolerância e, sobretudo, a falta de execução das leis estabelecidas para a classe nos serviços de saúde pública.
A vereadora Tânia Bastos, autora da Lei 5917/2015 que prevê ações de capacitação dos profissionais que atuam na rede pública de saúde de atenção primária, para diagnosticar e tratar pacientes com autismo nas Clínicas da Família, destaca que “nestes sete anos e meio como vereadora da Cidade consegui a aprovação de sete leis que favorecem aos autistas. Entretanto, poucas estão em execução. Isso significa que ainda temos muito que avançar. O diagnóstico e o tratamento são fundamentais para que os Autistas tenham uma vida digna. Cumpra-se a Lei 5917/15”, discursou Tânia durante o evento.
“É preciso que todos se unam para chamar a atenção do Governo para a causa do autismo”, ressaltou, ao longo da caminhada, Elaine Brandão que é uma das coordenadoras da ONG Compartilha.
Para Bruno Almeida e Bárbara Pinho, também organizadores do evento, “muita gente nem sabe que tem um autista dentro da própria casa. Há três anos tivemos a iniciativa de lutar para conscientizar as pessoas e encontrar uma forma de tratamento. Sei que o meu filho é capaz de fazer muito mais. Sei que ele pode ser incluído na sociedade”, ressaltou Bárbara que é uma das fundadoras do grupo Compartilha e mãe de um filho que sofre com o distúrbio.
O evento contou com a presença do subprefeito Fábio Souza; do inspetor da Guarda Municipal, Marlon de Lima; e de vários parlamentares. Estiveram presentes também a Escola de Samba União da Ilha; grupos de capoeira; professores da rede escolar, palhaços, pernas de pau e muitos outros que chegaram para apoiar a iniciativa.
O repórter da Record e apresentador do Cidade Alerta, Ernani Alves, tomou conta do palco. Em entrevista, ele comentou que este tipo de atividade se faz necessária em um país como o Brasil porque, infelizmente, ainda existe muito preconceito, de todos os tipos e natureza. “Então este tipo de evento serve para mostrar que há necessidade de que as pessoas se aproximem independentemente da raça, da religião ou do que elas tenham ou sejam”, declarou.
De acordo com a professora Érica Alves, “há muita dificuldade nas redes públicas devido a falta de cursos de especialização nesta área de educação especial. O governo não dá apoio e eu sei bem da dificuldade de lidar com isso porque já fui monitora de educação infantil”, concluiu ela.
A concentração teve início, às 10h, na Biquinha e seguiu em direção à Praça Jerusalém, terminando por volta de o meio-dia.
Leticia Namorato/ASCOM Vereadora Tânia Bastos
Fotos: André Barbosa
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