No Japão antigo uma modalidade de luta marcial se tornou famosa pela ausência de regras, o Vale Tudo. A gestão municipal anterior também lutava nesse tom. Basta voltarmos um pouco no tempo e lembrarmos-nos das eleições de 2016 e do aumento de 100% da subvenção às Escolas de Samba, em pleno ano eleitoral as cifras saíram de um para R$ 2 milhões. Coincidência? Pouco provável!
Assim como nas demais secretarias de governo com cortes de recursos a RioTur também acompanhou e não poderia ser diferente. Vale ressaltar que a nossa situação financeira não enfrenta o seu melhor momento e os repasses apenas retornaram ao patamar inicial. Um dado novo que nos ajudará a pensar no tema é que apenas 5% da arrecadação da venda de ingressos para os camarotes, frisas e arquibancadas, entram nos cofres públicos. E os demais 95% ficam com a LIESA. Logo, a contribuição total ao caixa da festa do Momo vai muito além de R$ 1 milhão por escola. Infelizmente não tenho esses números completos para apresentar e creio que ninguém os tenha, haja vista as matérias publicadas em jornais de grande circulação de hoje: “ Liesa quer verba municipal, mas não informa receita”. Sabemos apenas que as agremiações receberam R$ 52,8 milhões oriundos da venda de camarotes, ingressos, direitos de transmissão e discos, sendo possível afirmar que cada escola recebeu R$ 4,5 milhões além dos R$ 2 milhões da Prefeitura em 2017. O lucro obtido é um mistério, a empresa é privada e só presta informações à Receita Federal.
As grandes escolas chegam a gastar R$ 8 milhões em suas apresentações na Passarela do Samba, que também contam com festas nas quadras, venda de fantasias, patrocinadores e viagens. Deixando claro que mesmo com menos R$ 1 milhão é possível apresentar um belo espetáculo. Algumas escolas até o momento não concluíram suas prestações de conta. Em resumo, o prefeito Crivella não está criando um falso dilema, a questão é se adequar a realidade do atual caixa municipal e priorizar a educação. De autor desconhecido a frase do momento é: “Primeiro as primeiras coisas!”.