Temas como a violência, o autismo, a inserção das pessoas com deficiência no mercado de trabalho e as políticas públicas eficazes para este segmento da população foram os destaques do seminário Os Objetivos do Desenvolvimento do Milênio na Transição dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável e a Pessoa com Deficiência (PcD), ocorrido no Auditório da Câmara do Rio, por iniciativa da presidente da Comissão Permanente de Defesa da Mulher, vereadora Tânia Bastos, nesta última terça-feira (27/10).
A parlamentar destacou a importância do encontro. “Esta Casa é um espaço de reflexão fundamental para aproximarmos o Poder Público da sociedade civil. Esta troca de experiências é transformadora. Tivemos a oportunidade de ouvir as demandas destas pessoas e pensar como seria uma sociedade verdadeiramente inclusiva”, afirmou Tânia Bastos.
Para o superintendente de Políticas para Pessoas com Deficiência do Governo do Estado Marco Castilho é preciso ir além da legislação para assegurar os direitos das pessoas com deficiência. “Precisamos ter um outro olhar. Temos leis excelentes. O que falta é colocá-las em prática e isso depende muito de nós deixarmos de focar na deficiência e percebemos estas pessoas com humanidade”, disse ele.
Após uma apresentação sobre as Metas do Milênio, a coordenadora estadual dos Objetivos do Desenvolvimento do Milênio e dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (MNCS), Maria Cristina Pinheiro, ressaltou que a redução da mortalidade infantil é o único objetivo estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) que o Brasil ainda está bem longe de atingir. “Não podemos considerar as mortes das nossas crianças apenas por motivos de saúde, mas, principalmente, pela violência doméstica as quais elas estão submetidas assim como as nossas mulheres, por isso, estamos começando a organizar uma grande caminhada pela paz”, afirmou.
A especialista em recrutamento e seleção de pessoas com deficiência Jussara Xavier chamou ministrou palestra sobre a questão da inclusão no mercado de trabalho. “Há alguns desafios que temos que enfrentar como a capacitação de quem seleciona as pessoas com deficiência e a própria família que quer proteger e não estimula o desenvolvimento da pessoa com deficiência”, avaliou.
Integrante do Grupo de Pais CompartIlha – A Ilha unida pelo Autismo, Jorge Vilas Boas, apresentou os sintomas do transtorno e as dificuldade enfrentadas pelos familiares de autismo. “Pesquisas apontam que há mais crianças com autismo do que com câncer e diabetes, mas a falta de informação ainda é grande com relação a esta síndrome. Somos um grupo que trabalha com três pilares: conscientizar a população, incentivar o diagnóstico precoce e cobrar o Poder Público a inclusão do autista na sociedade através de serviços públicos específicos”, alertou.
Segundo o subsecretario da Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência – (SMPD), Pedro Ivo, o Município está investindo na qualificação dos profissionais da rede. “Acabamos de promover um curso para fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, entre outros, sobre o autismo. Este transtorno é desafio para ciência e temos dificuldade de encontrar especialistas no assunto, mas a população carioca pode contar com o atendimento nos nossos Centros de Referência da Pessoa com Deficiência”, concluiu.
Participaram também do evento, o presidente do Sindicato dos Profissionais Técnicos Industriais de Nível Médio do Estado do Rio de Janeiro (SINTEC-RJ), Hélio Cesar de Azevedo Santos, o representante Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro (CREA-RJ), Sirley Braga, e a representante da Comissão Permanente Direitos da Pessoa com Deficiência da Câmara do Rio, Ana Cláudia Monteiro.
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