A Comissão Permanente de Defesa da Mulher, presidida pela vereadora Tânia Bastos (PRB), promoveu a audiência pública com o tema “Filhos Autistas: O Rio precisa conhecer nesta quinta-feira (18/08)”.
A conscientização da sociedade para a redução do preconceito e as políticas públicas voltadas para a melhoria da qualidade de vida dos portadores de autismo foram os principais assuntos abordados pelos mais de 50 pais presentes, representantes de movimentos sociais e do Executivo Municipal.
A vereadora Tânia Bastos destacou dois projetos de lei de autoria dela que já estão em tramitação. O primeiro dispõe sobre a divulgação da Prefeitura do Rio de Janeiro sobre o transtorno, através de material impresso, a fim de alertar os pais de possíveis alterações na interação social, comunicação e comportamento das crianças e, assim, estimular o diagnóstico precoce. O outro trata da inclusão entre as isenções do imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana – o IPTU – dos imóveis cuja propriedade seja de portadores de transtorno do espectro autístico ou de seu responsável legal.
– Espero contar com a colaboração dos meus nobres colegas para a aprovação e com o prefeito Eduardo Paes para a sanção. A partir de agora teremos um novo horizonte sobre os autistas, todas as portas estão abertas e o trabalho apenas começou. Posso dizer que hoje o Rio conhece o autismo -, anunciou a parlamentar.
Coordenadora da Assessoria de Infância e Adolescência da Secretaria Municipal de Saúde, Sandra Pacheco parabenizou a iniciativa da discussão e disse que as sugestões e propostas apresentadas seriam encaminhadas ao Secretário de Saúde, Hans Dohmann. “É fundamental que se traga a experiência de vocês para a elaboração das políticas públicas”, afirmou.
Já a diretora do Instituto Municipal Helena Antipoff, Katia Nunes destacou a necessidade de se capacitar os professores para a promoção da inclusão social. “Não devemos fazer uma sociedade seletiva. Devemos fazer uma sociedade para todos e, para isso, é preciso que professores saibam lidar não só no caso dos portadores de autismo, mas com outras síndromes, transtornos e deficiências para que a verdadeira inclusão aconteça”, concluiu.
A médica especialista em autismo, Carla Gikovate revelou que o estresse é a doença número um, quando se trata de mãe de autista e ressaltou a necessidade de uma disciplina nas faculdades de saúde e educação para a capacitação de profissionais qualificados, além de maiores investimentos em locais que realizam tratamentos específicos e educação inclusiva.
Mãe de um menino autista, Denise Fonseca Aragão emocionou o plenário. “Quando o médico confirma que seu filho é portador do transtorno com aspecto autístico é uma sentença de morte. Tudo é mais complicado, porque a cidade não está preparada para acolher o autista. Os professores e médicos não estão preparados e não há serviços públicos para atendê-los”, observou. Já Luciano Aragão enfatizou que as políticas públicas são fundamentais para inserção dos autistas. “A redução de impostos, por exemplo, garante uma maior qualidade de vida e diminui os gastos que a família tem com o tratamento que é caro”, concluiu. Para encerrar, o cantor, autista e aluno da UFRJ Saulo cantou e foi aplaudido de pé.
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